Para todos os que me acusaram de ainda não ter escrito nenhum romance psicotrópico, aqui vai...
Cerro vagarosamente os olhos enquanto o sol triste e acanhado me acaricia envergonhadamente a face.
É engraçado pensarmos como chegamos onde estamos, tudo o que foi preciso passar, aguentar, todas as tempestades, todos os momentos de sol... Mas não foi isso, nem mesmo os campos verdejantes com pequenos pontinhos amarelos que se perdem até onde a minha visão consegue atingir, que me trouxeram aqui neste final de tarde solarengo.
Estou à espera que o nosso amor passe por aqui para lhe poder perguntar o que é que coreu mal.
E sim, pode parecer arrogante e egoísta da minha parte querer subir acima de todos os sentimentos, de todas as barreiras, apenas para fazer uma simples pergunta. Mas faço-o por duas razões, porque para mim não há limites, enquanto sentimos, tudo é possível; e mais importante que tudo o resto... se o nosso amor algum dia passar por aqui, e por muito longe e envergonhado que esteja, me levante a mão como que a dizer adeus, é sinal que pode estar a ir para longe... mas ainda não morreu...
Cláudio R.