quinta-feira, 6 de março de 2008

Fim de Tarde... Fim do Mundo

Para todos os que me acusaram de ainda não ter escrito nenhum romance psicotrópico, aqui vai...

Cerro vagarosamente os olhos enquanto o sol triste e acanhado me acaricia envergonhadamente a face.
É engraçado pensarmos como chegamos onde estamos, tudo o que foi preciso passar, aguentar, todas as tempestades, todos os momentos de sol... Mas não foi isso, nem mesmo os campos verdejantes com pequenos pontinhos amarelos que se perdem até onde a minha visão consegue atingir, que me trouxeram aqui neste final de tarde solarengo.

Estou à espera que o nosso amor passe por aqui para lhe poder perguntar o que é que coreu mal.

E sim, pode parecer arrogante e egoísta da minha parte querer subir acima de todos os sentimentos, de todas as barreiras, apenas para fazer uma simples pergunta. Mas faço-o por duas razões, porque para mim não há limites, enquanto sentimos, tudo é possível; e mais importante que tudo o resto... se o nosso amor algum dia passar por aqui, e por muito longe e envergonhado que esteja, me levante a mão como que a dizer adeus, é sinal que pode estar a ir para longe... mas ainda não morreu...

Cláudio R.

1 comentário:

Anónimo disse...

QUEM SABE...
“ Quem sabe numa noite de Março, se faz uma estrela cadente, e tu entras para dentro do meu coração e ali se faz um posseiro, se instale por toda a eternidade, provocando maremotos de paixões, tsunamis de prazer, terramotos de felicidade.
Quem sabe, num dia de Outono, quando o frio ainda não mostrou toda a sua frieza, tu te aconchegues no meu braço de algodão e, feito uma abelha obreira, trabalhes incessante e furiosamente para alimentar o meu coração faminto pelo néctar vital.
Quem sabe, numa tarde de primavera, quando a natureza desabrochar as suas flores de afectos, tu venhas nela feito um turbilhão de anjos do bem, edificar um tempo novo e tão carregado de coisas novas que os meus dias nunca mais serão a mesmice que atordoa o meu existir.
Quem sabe, num tempo que há de vir, tu me possas mostrar porque existo, que serventia tenho para os que me querem tanto, que missão me coube por aqui e, feito uma lufada divina, tu que me conduzes para o sétimo céu, aonde só chegam os que trazem no peito a marca impagável do afecto que por toda a vida marcou o destino de quem foi feito para brilhar.
Quem sabe, num momento mágico, eu possa tirar-te da minha cartola e, diante dos aplausos dos apaixonados, retenha todos os sentimentos na minha capa dourada para, num dia especial, realizar o acto mais aguardado pelos corações atentos ao espectáculo da vida.”

Saudade...