quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Normalidade e Igualdade

Numa semana em que o Obama ganha as eleições, muita gente anda por ai a falar de igualdade e "normalidade". Não foram uma nem duas pessoas que pediram ao romancista psicotrópico para se pronunciar sobre o assunto (no total, não foi mesmo nenhuma pessoa).

Um conceito que nunca entendi muito bem é o conceito de "normal". O que é uma pessoa "normal" ? Existem mesmo pessoas "normais" ?
O primeiro pensamento que me ocorre é que se existem pessoas normais então é porque também anda por ai muita gente anormal, senão como é que era feita a comparação ?
E depois disso a pior questão de todas... em qual dos "grupos" me enquadro eu ? Será que sou um espécime raro ou mais um ser perfeitamente normal ?
Depois de reflectir alguns momentos (quem diria !?) chego à conclusão que das duas uma, ou somos todos normais, ou então somos todos anormais. Se todos nós nos parecemos em algo, mais não seja no facto de sermos todos humanos, então diria que somos todos normais. Mas tendo em conta que todos somos diferentes nos nossos defeitos e virtudes, então, diria que todos somos anormais.

Pensando um pouco mais, acho que a minha vontade no meio de tudo isto é mesmo pertencer à facção anormal Dispenso ser rotulado como apenas mais uma ovelha do rebanho, afinal de contas, se há algo que me faz feliz é o facto de ser único ! Só mesmo na nossa sociedade cheia de pseudo-modernismos mas em que as maneiras de pensar e ideias ainda residem nos anos 70 é que o facto de ser anormal é visto como um defeito.

Ninguém é melhor nem mais que ninguém... "Todos diferentes, todos iguais" se houver respeito não há cá necessidade de igualdades !

Cláudio Ribeiro, Obama Da Buraca

5 comentários:

Pi disse...

Isto merecia uma ilustração, seria muito melhor explicado. Tipo... tema de pintura "O que é o normal e o anormal?" - como se faz nos infantários para puxar a imaginação infantil.

Mas continuando... Nem nós sabemos bem aquilo que gostamos, aquilo que somos, etc... Quantas vezes já demos por nós a dizer "Odeio-o, é tão anormal" ou "É tão normal que perde o interesse". (Sim, as raparigas dizem muito isto em conversas limitadas ao seu universo feminino).

Finalizando e definindo-me acho-me uma normal anormal. Portanto... dentro dos parâmetros do anormal(se é que existem parâmetros), até sou normal. É tipo, nem 8 nem 80.

Acho que misturaste aí muito o assunto embrulhando-o com outro, ou então fui eu que não percebi patavina.

Claudio.R disse...

A ideia é mesmo essa... baralhar tudo !

Anónimo disse...

É preciso ver que existem muitos conceitos de normal e que muitos deles são diferentes!

Eu gosto de ser um ser anormal, nada perfeito e de ter amigos igualmente anormais. somos todos diferentes, pensamos de maneiras diferentes, chocamos uns com os outros em diversos assuntos mas no fim gostamos todos uns dos outro e cumprimos todos nas nossas obrigações de amigos (ramboias, choraminguices e afins). Eu gosto de ser assim até porque assim que conhecemos um ser normal e perfeito perdemos o interesse por ele vá-se la saber porque...

em relação à igualdade... acho que todos iguais não somos nem nunca vamos ser, mas devíamos ter direitos iguais e ser tratados de maneira igual o que nunca acontece... isso é errado pois supostamente todos temos os mesmos direitos e deveres que deviríamos respeitar e cumprir o que também quase nunca acontece, mas isso é uma questão de educação e de respeito para com o outro e para com nos mesmos!

Unknown disse...

moral da historia: ninguém é melhor que ninguém! :)

JoaoPika disse...

Só para abusar, eu diria que somos perfeitamente normais (entenda-se por somos, a fracção de pessoas que nos conhece e se dá connosco). Anormais são os "wanna be tudo o que lhes aparece à frente e tá na moda, e se não for assim não entras no teu grupo social, e o casal lá dos não sei quantos da américa também o é, e o reis lá da patagónia também se vestem assim", logo deveria concluir aqui que ao sermos genuínos, ao sermos aquilo que realmente somos sempre, somos normais. Mas cada um é como cada qual, logo não passamos de anormais para muitos outros, e se assim somos, prefiro sê-lo do que ser como eles. Enfim ... É isso.