sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Uma pequena apresentação

É de certa forma rude, estar a escrever para este espaço e nem sequer tentar apresentar-me, por isso aqui vai:

Antes de qualquer apresentação e antes de me alongar sobre qualquer aspecto da minha vida, há um conceito, comum a todos nós, comum a todas as viagens, que pode ser um pouco difícil de compreender.

Em cada viagem, em cada vida, existem padrões estáticos e lembranças.
Padrões estáticos, coisas que nunca se alteram qualquer que seja o contexto, estado de espírito ou situação emocional. São estes padrões estáticos que nos permitem aprender coisas novas, socializar, conhecer novos locais, etc, sem que o noso corpo reaja de forma negativa às mudanças.
Lembranças, todas as vivências, todos os ensinamentos, todas as lições que aprendemos e absorvemos durante a viagem.
Obviamente que em nós, todo o padrão estático acaba por se tornar numa lembrança. A repetição leva-nos a fixar certos momentos.

Ou seja, numa análise um pouco superficial, um padrão estático é no fundo o início daquilo que virá a ser uma lembrança. Mas atenção, uma lembrança não advém necessariamente de algo tornado padrão. Uma lembrança é tudo aquilo que se entranha em nós, por qualquer que seja a razão.
Por isso digo, em cada viagem há algo que nunca muda e algo que absorvemos, ou seja, podemos resumir estes dois conceitos a apenas uma simples palavra: experiências.
Sem pôr de lado por enquanto todas estas teorias e complicações, serviu apenas para dizer o seguinte, tanto eu, como qualquer um de nós é um ser feito de experiências, feito de padrões estáticos e de lembranças.

Teorias e explicações postas de parte, alguns de vocês já devem ter feito a pergunta "Mas afinal quem é este Cláudio ?"
Eu. Sinto-me na fronteira entre a insanidade e a necessidade de ser normal, principalmente nos dias que correm. Sentir-me no limbo agrada-me, agrada-me viver na indecisão, na dúvida e muitas vezes no medo de descobrir quem realmente sou.
E sim, quem sou eu na realidade ?
Apenas um corpo trémulo e confuso, destinado a viver na indecisão, na ânsia de querer ter poder sobre mim e não conseguir ? Ou um ser com força e vontade própria para lutar por aquilo que desejo ?

Este sou eu, no limiar da sanidade. Tento encontrar respostas para mim próprio baseando-me em experiências que vivo e testemunho.

Mas nem tudo em mim é confusão. Gosto de escrever, principalmente os meus pensamentos; gosto do pôr do sol, gosto do cheiro da terra molhada; gosto do perfume doce e quase imperceptível que emana de uma mulher; gosto da andar pelas ruas quando está frio, sem destino; gosto de um cálice de um qualquer encorpado de cor rubi... ou vários na companhia de uma qualquer conversa agradável.
Gosto de banalidades, imaginar, pensar e criar.

Tópico de discussão: Quem sou eu ? Também preciso de saber.

1 comentário:

Pi disse...

Eu acho que o Cláudio é como um fio de água que nasce debaixo de uma pedra, e que demora muitos quilómetros até se transformar num rio. No entanto é preciso que alguém levante um pouco a pedra, e lhe descubra o fio que é, enfeite as margens de um caminho para que ele se sinta à vontade em se transformar num rio. E aí mostrar-lhe que também há mar. No fundo tu sabes como levantar a pedra, qual o caminho que deves percorrer, e que também existe mar, mas gostas sempre que te digam tudo isto, ainda que o saibas. As lembranças guardas junto ao coração, as fortes: quem levantou a pedra, quem as atirou para o teu caminho; quem te mostrou o caminho, quem te traçou um cruzamento; quem te disse que existe mar, e quem te disse que não passas de um fio de água debaixo de uma pedra.
Um beijinho da Patrícia *

P.S.: Não me vais pedir para te explicar isto amanhã, pois não? É que hoje ainda o álcool bate, amanhã talvez já não. Mas tu és inteligente, para perceber; ainda que faças questão em que te explique.

Tenho sede.